quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Fiquei três dias no sítio e voltei hoje mesmo. Lá é maravilhoso. O caminho até o rio é extraordinariamente atraente, ora me apavora com sua solidão, você caminha o dia inteiro por esse "deserto silvestre" e não encontra uma alma viva sequer.

sábado, 24 de janeiro de 2009

diálogo


— E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos azuis certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

— Ah. Porque eu sou tímida."

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

o amor nos pequenos gestos..

Sabe, acho que ninguém vai entender. Ou, se entender, não vai aprovar. aehoiahe Existe em nossa época um paradigma que diz: enquanto você me der carinho e cuidar de mim, eu vou amar você. Então, eu troco o meu amor por um punhado de carinho e boas ações. Isso a gente aprende desde a infância: se você for um bom menino, eu vou lhe dar um chocolate. Parece que ninguém é amado simplesmente pelo que é, por existir no mundo do jeito que for, mas pelo que faz em troca desse amor. E quando alguém, por alguma razão muito íntima, pára de dar carinho e corre para bem longe de você? A maioria das pessoas aperta um botão de desliga-amor, acionado pelo medo e sentimentos de abandono, e corre em direção aos braços mais quentinhos. E a história se repete: enquanto você fizer coisas por mim ou for assim eu vou amar você e ficar ao seu lado porque eu tenho de me amar em primeiro lugar. Mas que espécie de amor é esse? Na minha opinião, é um amor que não serve nem a si mesmo e nem ao outro.

Eu também tenho medo;, mas eu não acredito em nada disso. Quando eu saí de uma importante depressão, eu disse a mim mesma que o mundo no qual eu acreditava haveria de existir em algum lugar do planeta! Haveria de existir! Nem que este lugar fosse apenas dentro de mim... Mesmo que ele não existisse mais em canto algum, se eu, pelo menos, pudesse construi-lo em mim, como um templo das coisas mais bonitas que eu acredito, o mundo seria sim bonito e doce, o mundo seria cheio de amor e eu nunca mais ficaria doente. E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva. Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam. Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino. Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto. Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai. A gente fica e faz um jardim, um banquinho cheio de almofadas coloridas e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é o banquinho do nosso amor, o nosso grande amigo. Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a quantos anos, não sei, ele pode simplesmente voltar, sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Tava me lembrando agora que na noite de 1º de janeiro e na manhã seguinte, percebi o movimento do tempo. eis que ele se arrasta, enorme e inplacável, lento e inflexível. Mais um ano virou e... desapareceu. Não penso mais nisso, debruço-me sempre para a frente, de novo sonho e desejo alguma coisa, e não há uma recordação boa sequer para caracterizar o ano passado. A vida foi incolor e cinzenta.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Em meu coração é aonde eu espero muito tempo por ti.. em meu sorriso eu procuro por ti; Cada vez que você volta e vai embora eu choro comigo mesma. Meu jeito bobo, muito novo para conhecer algo mais... "Estou entregue a ponto de estar sempre só, esperando um sim ou um nunca mais." (...)


.nostalgia.


http://www.youtube.com/watch?v=AvxTGHnvHCc

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

os nossos planos e sonhos, sempre foram tão bobos, nada demais, nada de tão diferente. eu sonhava de a gente ter as coisas do nosso jeitinho, tão pequeno e grande, ao mesmo tempo. meu maior desejo era ter uma vida confortavelmente simples e feliz. com filhos correndo pela casa, amigos vindo em dias de festinha, ir a parques e shoppings, tomar um sorvete ou apenas sentar e ver o tempo passar. gostariamos de cumprir nossas obrigações com êxito, indiferente da recompensa, eramos vários, eramos dois, eramos um só. e o que nos tornamos? hoje olho pro lado e me vejo isolada num mundo, junto de uma felicidade fútil e indesejável. me vejo só e tão cercada de pessoas que eu gostaria que estivessem a quilometros de distância. a cada passo que dou, sinto seu cheiro, que ainda está em cada canto que você passou, em cada lugarzinho que você encostou. ainda lembro da textura dos fios de seu cabelo. de cada detalhe. e, pra ser sincera, sinto sua falta...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009


Sabe como é, passei o ano todo reclamando que não tinha tempo pra nada e agora reclamo de não ter o que fazer; não sei se é isso que está me deixando mal, na verdade, acho que está faltando alguma coisa, tem algo fora do lugar. no mais, eu sobrevivo. não me sinto mais "eu". perdi várias pessoas que eu gostava muito, perdi a minha alegria "contagiante" (como costumavam dizer), perdi meu jeito bobo e nem me lembro quando foi a ultima vez que minha barriga doeu de tanto eu rir. Eu já não sei mais me descrever, as vezes me sinto bem vendo tudo como está, vendo o mundo como telespectadora, observando todo mundo aproveitar seus dias e agir como crianças que acabaram de ganhar um doce e, logo em seguida, me enxergar como uma velha que acabou de saber que tem uma doença e o seu tempo de vida, que já era pouco, ficou menor ainda. Eu estou vendo a vida passar por mim e, mesmo consciente disso, me sinto impossibilitada para tomar qualquer atitude. continuo pensando as mesmas coisas, me chateando com as mesmas sensações, chorando pelos mesmos sofrimentos, falando sobre os mesmos assuntos, acreditando nas mesmas mentiras e até escrevendo sobre os mesmos fantasmas. está tudo tão previsivel, tão sem graça, tão irritante. Pra falar a verdade, as coisas estão as mesmas. Sempre as mesmas. Eu, no entanto, não sou mais a mesma.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

não foi em pouco tempo que você me conquistou. Pessoas que nos conquistam em pouco tempo fazem a gente gostar da pessoa que criamos em relação a ela, e não quem realmente são. Não pense que você foi só mais um em minha vida.. pelo contrário. Tu deu a mim as páginas mais lindas da minha vida. Me deu provas de que realmente amei alguém de verdade. E eu sei disso pelo fato de ter me tornado uma viciada na substância do amor. Passei a viver meus dias em torno desse amor. Eu sempre insisto em falar de amor, mas amor infelizmente não vai poder ser descrito em linhas, ainda mais nas minhas simples palavras.. eu posso dizer, me orgulho de um dia ter amado alguém mais do que mim mesma. e me orgulho, principalmente, de hoje poder olhar para trás e para "o agora" e conseguir ver que, diante de tanta dificuldades, esse amor continua vivo e radiante em mim. Não diminuiu um grão e me fez aprender. E muito! É ótimo ter as poucas oportunidades de poder olhar nos olhos de alguém e pensar comigo mesma "Como eu o amo.. e, desde que o beijei pela primeira vez, só o amei mais"